Hey, vem cá!




Hey, vem cá! Senta aqui, vamos conversar? Aceita uma água, um café ou um chá?

Hoje o papo é sobre sentido.

Doido, né? Mas pega sua bebida e vem comigo que logo você vai entender.


Como vocês viram no meu último post, eu fiquei um período doente, mas ao todo, foram cerca de 30 dias de isolamento e esses 30 dias me fez repensar muita coisa não apenas sobre mim, mas sobre tudo ao meu redor.

Eu, que sempre estive tão acelerada, fui obrigada a frear.

E aí que todo meu desespero e pressa na ansiedade louca de que tudo ficasse pronto perdeu todo o sentido. Sabe quando as coisas como eram normalmente deixam de serem tão importantes como costumavam ser e você passa a olhar para a mesma coisa com outros olhos e outros sentimentos?

É tipo isso.

Eu dava importância para tanta coisa que nesse meio tempo eu percebi que era inútil me importar com coisas tão fúteis. De uma forma meio epifânica, nem sei se existe essa palavra, eu percebi que a vida é gigante e que a magia está nas coisas simples.

Hoje eu fiquei feliz porque consegui subir 5 andares de escada sem me cansar, o que foi uma dádiva para quem não tava conseguindo nem andar alguns metros e ficar exausta. Hoje eu olhei para o céu e ele estava tão azul e sem nenhuma nuvem, que mesmo que estivesse um sol forte de meio dia, eu senti como se aqueles raios me abençoassem.

Eu estava guardando tanta coisa no meu peito, tantos sentimentos que não eram bem vindos e que eu já deveria ter deixado ir, que quando eu percebi que não valeria mais a pena mantê-los, esses sentimentos perderam o sentido. 

Coisas que já não acrescentavam mais em minha vida perderam o sentido e agora eu não consigo mais ver motivo para me importar com elas.

Eu antes me preocupava com a pressa em publicar as minhas histórias, já que todo mundo está postando numa frequência frenética. Eu também sentia agonia em conseguir aumentar alcance, assim como arrumar emprego e tantas outras coisas de forma enérgica e desesperada, pois, na minha cabeça, eu precisava alcançar as outras pessoas ao meu redor, pois eu queria ser tão boa quanto elas.

Sendo que, nessa pressa em olhar para o futuro, deixei de viver o meu presente e perceber que a vida estava acontecendo ao meu redor e, mesmo com olhos tão abertos, eu não estava vendo.

Escrever é algo que amo, por isso irei continuar escrevendo, seja para uma pessoa ou para milhares. O emprego? Eu vou ter tempo. A prova que preciso estudar? Eu vou ter tempo. Pessoas que eu achava que se importavam comigo, mas nunca se importaram de verdade? Bem, que sejam felizes, sou grata por terem feito parte da minha vida.

Acho que crescer é um pouco disso, perder sentido em algumas coisas e arrumar sentido em outras. 

Hoje eu vejo que o que não me acrescentava perdeu a importância e aquilo que eu não me ligava tanto em olhar, ganhou um sentido que eu jamais havia notado antes.

Talvez seja a hora de olhar mais para o céu que se estende sobre nossas cabeças e perceber que há tempo para tudo. Há tempo para ir e tempo para vir, assim como há tempo para que as coisas aconteçam como têm de acontecer e nossa pressa não adianta de nada, pois como me aconselharam nesse tempo de isolamento: "não importa o que você queira, o relógio sempre percorrerá as doze casas".


Um xêro, 

Thyaly

0 Comments