Hey, vem cá!



Hey, vem cá! Senta aqui, vamos conversar? Aceita uma água, um café ou um chá?

Faz um tempo, não é? 

Ano novo sempre trazem novas premissas, novos sonhos, esperança... (Pegou a referência de Palácio de Mentiras?)

Hoje vamos falar sobre se comparar e sobre ter esperança, então pega sua bebida e vem comigo para essa conversa.



2020 e 2021 não foram anos fáceis para ninguém, acredito eu. Foi mentalmente exaustivo e digo isso com toda a tranquilidade de quem está surtada kkkkkkkk. Brincadeiras a parte, eu quis pontuar isso porque parece que esquecemos que não foram anos fáceis por conta de toda a situação da pandemia.

Então eu te pergunto: você continuou se cobrando como se nada tivesse acontecendo ao seu redor?

Eu vou responder também: eu continuei me cobrando como se o mundo estivesse normal, mas  não estava, e ainda está um pouco tudo fora dos eixos.

Um dos meus piores momentos de saúde mental foi quando eu percebi que todas as minhas expectativas foram frustradas e nada mais estava no meu controle. Foi exaustivo e desafiador ficar em paz com minha própria mente e uma das decisões mais saudáveis que fiz, foi me permitir dar um tempo.

Sei que já falamos sobre isso aqui no blog, sobre como parece que estamos numa corrida desenfreada para chegarmos numa fita que nem sabemos se existe e se está realmente lá onde acreditamos que esteja. Nesse período difícil de saúde mental, fiquei me comparando com diversas pessoas, numa síndrome de não ser capaz e do problema ser eu. 

Você já passou por isso também?

É muito difícil, minha nossa! É horrível olhar para o/a coleguinha e ver que você ainda não está nesse ponto e colocar a culpa em si mesmo, se forçando a trabalhar mais até se esgotar para chegar até aquele caminho.

Então foi quando eu entendi, depois de muitas sessões de terapia, que todos nós temos (ou a falta deles) privilégios diferentes e esse privilégios é o que nos fazem conseguir ou não as coisas mais cedo.

Entender isso foi um ponto que me fez respirar fundo e parar. 

Doido, não é?

Pois é, eu parei. Parei porque finalmente comecei a entender que não existe uma corrida. É o meu caminho, sou eu que dito as regras de como vou percorrer e, para quem esteve correndo há tanto tempo, percebi de uma maneira até meio óbvia que a vista ao longo da caminhada é linda...

Parei para observar as coisas ao meu redor, parei para olhar o céu azul, parei para ver a vida acontecendo em seus simples detalhes. Apenas parei e entendi que parar é bom, que parar também é necessário e que nenhum atleta consegue a medalha de ouro se não parar e descansar. 

Nós nos cobramos demais por coisas que muitas vezes nem estão no nosso controle. 

Uma vez, vi em algum lugar sobre como nós acharíamos cruel se cobrássemos a alguém tudo aquilo que cobramos de nós mesmos e então eu percebi mais uma outra descoberta: muitas vezes somos gentis com todos ao nosso redor, mas esquecemos de sermos gentis com nós mesmos.

Não foram anos fáceis por todas as variáveis e acontecimentos possíveis. Tá tudo bem não estar bem, tá tudo bem não ter chegado lá nos seus sonhos ainda, tá tudo bem parar.

Tá tudo bem, meu bem...

O ano está começando. Respira fundo essa esperança e deixa ela entrar por seus pulmões e ficar. 

Uma das coisas que mais me digo todos os dias é que tudo tem o tempo certo para acontecer e que há coisas que estão no nosso controle e outras que não estão. Quanto a estas, só no resta paciência para lidar com isso. 

Então vem cá, pega minha mão (não se preocupa, eu passei álcool em gel), respira fundo e solta... Vai passar, vai ficar tudo bem. 

É, eu sei que as vezes é difícil de acreditar, mas vai passar, vai ficar tudo bem, meu bem. Não desiste que o vento há de soprar a seu favor e respira fundo e deixa a vida te preencher.

Enquanto isso, vai dando um passo de cada vez, quando você menos perceber, estará construindo o seu próprio caminho e, como eu já disse em outro texto, olha um pouco para a vista, eu te garanto que ela é de tirar o fôlego e você não vai se arrepender.


Um xêro, 

Thyaly

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