Hey, vem cá!



Hey, vem cá! Senta aqui, vamos conversar? 

Aceita uma água, um café ou um chá?

Eu já disse em outro texto meu sobre ter o coração no passado e a cabeça no futuro, e esse é um péssimo defeito que me faz esquecer de viver por inteiro o presente.

Hoje a conversa é sobre isso, sobre a realidade. Pega sua bebida e vem comigo!



Tem sido dias intensos para o meu coração desde o fim do ano passado para cá. Um dia eu conto essas histórias (sim, são mais de uma) para vocês, mas agora não é o tempo certo. 

Já postei aqui também, anos atrás, uma poesia em que falo sobre saudades e que sou feita de saudades. Meu coração é exatamente assim. De forma inevitável, mas que estou tentando trabalhar em mim mesma, meu coração fica remoendo coisas que já aconteceram, se lembrando de momentos que não irão se repetir, apenas doces (ou amargas) lembranças de uma eu que já não existe mais no presente. 

Porque a vida é isso: mudar o tempo todo. Não somos os mesmos de ontem e também não seremos o de amanhã, tal qual a teoria de Heráclito (eu sei, isso foi muito nerd, mas não me julgue, eu estudei muita Filosofia na Faculdade e também fiz parte do grupo de pesquisa da área. Tenho uma certa fascinação sobre a existência humana).

Isso é em relação a tudo, não apenas vida amorosa, mas em todos os campos. Fico me lembrando de algo de forma saudosa, mas que não passa apenas de lembranças.

E, bem, lembranças não servem para nada além de formarem quem somos no presente. Lembranças são os lembretes de como aquilo nos afetou para sermos quem somos hoje e nada mais. Elas não vão voltar, pois não são uma máquina no tempo e sabe uma cruel verdade sobre as lembranças: elas também mudam com o tempo, pois nós mudamos e o nosso ponto de vista sobre a mesma coisa também.

Porém, de forma igualmente contraditória, meu cérebro vive no futuro, imaginando todas as possíveis possibilidades e se preparando o máximo possível para cada uma delas, mesmo que não exista a mínima remota possibilidade de acontecer.

E nesse duelo entre passado e futuro, as vezes acabo esquecendo o meu presente e só quando me dou conta disso é que a realidade me atropela como um caminhão para que eu abra os olhos e enxergue a vida acontecendo ao meu redor.

Passei quase vinte quatro anos nesse duelo entre mente e coração até conseguir organizá-los com meu corpo presente.

Porque, o presente se chama assim exatamente por essa razão de ser o hoje, o agora, a chance incrível de fazer a diferença.

Me peguei refletindo sobre isso depois de derrubar algumas lágrimas aqui e ali, para finalmente entender que o passado já foi, já não sou a mesma de antes, assim como não adianta ficar pensando em algo que não aconteceu e pode nem vir a acontecer.

Acho que estou amadurecendo dia após dia...

Pensei em trazer essa conversa porque talvez alguém também possa se sentir assim, como eu me sinto as vezes. 

Eu vou tentar perdoar meu próprio passado e tentar controlar a ansiedade sobre o futuro, para me dedicar ao presente, onde meus pés estão firmes no chão. 

Espero que você possa fazer o mesmo e que essa palavra possa fazer jus ao que significa e te presentear com bons momentos, porque a cada dia que passa, mais eu entendo que a vida está exatamente acontecendo ao nosso redor e precisamos abrir bem os olhos para podermos ver isso.


Um xêro, 

Thya


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