Hey, vem cá!

Hey, vem cá! Senta aqui, vamos conversar? Aceita uma água, um café ou um chá?

Hoje eu vim com um assunto que talvez te faça chorar, mas como diria minha amada Don, "chorar alivia as dores da alma". 

Então pega sua bebida e vem comigo para essa conversa repleta de confortos.

Eu acredito com todo meu coração que o amor é a força mais poderosa do Universo, que é capaz de tudo, até de mover montanhas por quem amamos, seja qual for esse amor.

Mas vocês já pararam para pensar como tentam nos ensinar o amor?

Eu cresci acreditando que o amor estaria apenas em um garoto, e passei anos procurando-o, até que descobri, de forma muito assombrosa, que o amor que tanto procurei em toda a minha vida, sempre esteve dentro de mim. Somos ensinados a nos completar com o outro, a preencher o vazio no nosso peito com o outro, e acho que é por isso que dói tanto quando o outro vai embora: porque leva um pouco da gente e nos faz nos sentirmos menores.

Procurei esse amor em todas as janelas, em todos os olhares, em todos os sorrisos, em todos os abraços. Procurei em tantos lugares que perdi a conta, mas esqueci de passar em frente ao espelho e ver que aquele amor sempre esteve presente no reflexo do meu olhar, no meu sorriso torto, na minha única maneira de amar.

Passei tanto tempo procurando por outros amores, que esqueci que o amor mais fundamental da minha vida era eu mesma, minha mais fiel companheira, a quem eu jamais deveria maltratar.

Quanto tempo nós perdemos buscando no outro aquilo que podemos encontrar em nós mesmos?

Uma vez, Don me ensinou que somos nós que ensinamos ao outro como nos amar e que essa responsabilidade é nossa, pois, como podemos jogar nossas expectativas no outro? Não parece nem um pouco justo.

E aí que, nesse desespero por amor, acabamos em situações que não deveríamos nos colocar. É com algumas lágrimas nos olhos e um sorriso compreensivo que escrevo com toda a tranquilidade do mundo a constatação que cheguei: não podemos nos forçar a caber em espaços fechados quando temos lindas asas para voar.

Para um pouco e pensa comigo: o que te acrescenta e o que te faz bem? 

Guarda isso no teu coração, pois a gente só mantém por perto aquilo que soma, jamais aquilo que nos divide, nos confunde, dos diminui. O amor é uma complicada equação de multiplicação e adição, jamais de subtração ou divisão. 

Precisamos sermos mais gentis conosco e não nos colocarmos em situações de migalhas de amor quando merecemos tudo por inteiro.

Foi e ainda é doloroso entender isso, também faz parte da vida chorar um pouco nos tropeços, mas sempre é possível aprender.

Entendi que o amor não machuca, aliás, como pode um sentimento tão bonito e poderoso, capaz de parar guerras e superar a morte, machucar e maltratar?

Se te machuca, se te corrói, se te deixa em agonia e ansiedade... meu bem, isso não é amor, é só necessidade de não sentir-se sozinho, seja você, ou a outra pessoa.

Se abraça forte nesse momento, se olha no espelho e diz "eu te amo" para a pessoa mais importante da sua vida, que é você. Se beija na testa e se conforta, pois você merece o mundo, não apenas frações de algo que jamais poderá realmente acontecer.

O amor complementa, fora isso, o único amor que pode te completar é o seu.

Um xêro, 

Thyaly