Hey, vem cá! Senta aqui, vamos conversar? Aceita uma água, um café ou um chá?
Como vocês estão gente? Aliás, não estranhem a foto, vocês não estão no blog errado!
Para quem já me acompanhou há algum tempo, deve saber que eu fazia resenhas no blog Livroterapias (Um beijo, Rízia!). Lá eu falava um pouco semanalmente sobre obras, foi bem no comecinho do meu curso, eu tinha mais tempo livre e eu realmente amava fazer aquilo.
Tendo em vista isso, resolvi voltar a fazer o que tanto amo, pois sinto que estou reencontrando novos amores do ano passado para cá e vim trazer com vocês um novo "quadro" que se chama o "hey, vem cá! Vim recomendar!", onde eu falarei sobre livros, séries, filmes e músicas que estou curtindo no momento e venho trazer o que estou achando.
Para essa forma inaugural e para começar com pé direito, trago essa obra prima que se chama "Os Testamentos", obra de Margaret Atwood.
Sinopse:
Em “Os testamentos”, continuação de “O conto da aia”, Margaret Atwood responde às perguntas que afligem os leitores há décadas.
Quando a porta da van foi fechada em “O conto da aia”, não havia como saber qual o futuro de Offred tinha pela frente: liberdade, prisão ou morte. Em “Os testamentos”, Atwood retoma a história quinze anos dos surpreendentes testamentos de três narradoras femininas de Gilead: tia Lydia, Agnes e Daisy.
A distopia de Margaret Atwood, “O conto da aia”, tornou-se um clássico moderno - e agora ela traz a história icônica para uma conclusão dramática nesta fascinante sequência.
Mais de quinze anos após os eventos de “O conto da aia”, o regime teocrático da República de Gilead mantém sua permanência no poder, mas há sinais de que está começando a apodrecer por dentro. Nesse momento crucial, a vida de três mulheres radicalmente diferentes converge, com resultados potencialmente explosivos.
Duas cresceram como parte da primeira geração a atingir a maioridade na nova ordem. Os testemunhos dessas duas jovens são acompanhados por uma terceira voz: uma mulher que exerce poder através do acúmulo implacável e do desdobramento de segredos.
À medida que Atwood desdobra “Os testamentos”, ela abre os trabalhos mais íntimos de Gilead, pois cada mulher é forçada a chegar a um acordo com quem ela é e até onde ela irá no que acredita.
Com uma narrativa envolvente e personagens icônicos, Margaret volta com essa sequência de "O Conto da Aia" tratando sobre o começo da decadência desse país totalitário, Gilead, e seu regime teocrático. Sob o ponto de vista de três personagens principais, mulheres fortes que estão em lugares diferentes de privilégio, essa narrativa retrata a corrupção existente embaixo da fachada perfeita de um sistema que prega a pureza através de um código moral muito controverso.
Antes de mais nada, vou responder a pergunta: Preciso ler "O Conto da Aia" antes de seguir para "Os Testamentos"?
Não necessariamente. Apesar de se passarem no mesmo universo, a história tem personagens muito diferentes e outra narrativa. Porém, eu aconselho a ler "O Conto da Aia" por dois motivos:
1 - A história é muito boa mesmo e traz muitas verdades que merecem serem enfrentadas;
2 - Tem muita informação sobre o universo de Gilead que ajuda a entender melhor a situação dessa sequência.
Eu vou falar basicamente como funciona o universo de Gilead. Após a queda dos EUA com um Golpe Militar, ocorreu a instituição desse novo Estado com base teocrática
É difícil não dar spoiler, mas vou tentar ao máximo. Primeiro de tudo, vou falar apenas os nomes das personagens, para que possa facilitar essa resenha e de onde elas são. Temos Tia Lydia, uma das precursora desse Estado Totalitário, mostrando como ela se alcançou seu cargo e tudo que foi feito para conseguir sobreviver nesse mundo cruel contra as mulheres. Sem sombras de dúvidas é uma das personagens mais controversas e acredito que há quem ame e quem a odeie. Em "O Conto da Aia", sua presença é detestável, mas em "Os Testamentos", de alguma forma muito questionável, você se pega envolvido com a narrativa e com sua inteligência em jogar com o poder.
As outras duas personagens nasceram em uma nova era, em que esse sistema já existia. Enquanto uma das garotas nasceu em Gilead, vivendo sob uma redoma, a outra nasceu no Canadá, num mundo moderno e avançado que estuda e analisa a forma questionável de Gilead de agir.
Numa trama repleta de reviravoltas, com temas densos e pesados, "Os Testamentos" traz de forma crua o pior que existe no ser humano e como o poder é capaz de corromper até as mentes mais fortes. É um livro que te faz questionar o mundo ao redor e, assim como "O Conto da Aia", nos deixa assustados em como nossa sociedade cada vez mais se aproxima dessa realidade.
Os discursos vazios ao usarem o nome de Deus, assim como a manipulação existente dentro de um sistema corrupto por comandantes que usam da hipocrisia para manterem uma imagem perfeita, quando, na realidade, eles são os primeiros a serem "os pecadores" para quem tanto apontam os dedos. Além das fortes críticas à formação de sistemas totalitários e discursos de ódio e segregacionistas, a obra também traz uma análise forte sobre como as mulheres são submetidas a situações horríveis e como estamos em risco desde o nosso nascimento por sermos mulheres.
Essa é uma obra que todos deveriam ler, mas não são todos que estão preparados, pois traz verdades duras que precisamos, como sociedade, enfrentar. Uma narrativa envolvente, inteligente e de tirar o fôlego, "Os Testamentos" traz debates necessários para que a sociedade possa melhorar. De forma alucinante, numa sequência que demorou 30 anos para ser lançada, Margaret Atwood brilha com esse comeback e mostra o que todos nós já sabemos: ela é uma das melhores escritoras de todos os tempos.
Um xêro,
Thyaly




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