Será poesia?




Lágrimas quentes que desciam ácidas pelas bochechas vermelhas.
Lágrimas traiçoeiras que denunciavam tudo aquilo que havia escondido por anos.
Lágrimas cruéis que externavam todos os seus sentimentos mais loucos. 
Lágrimas incensáveis que insistiam em se derramarem por algo que não lhe pertencia. 
Lágrimas malditas que expressavam a dor de forma muda, no silêncio horrível da mágoa. 
Lágrimas silenciosas expostas ao vento, secando-se com a frieza do mundo, com a tristeza do amor e com as decepções de mais um coração remendado. 
Lágrimas gritantes, que gritavam em seu silêncio ambíguo a dor da traição de mais um amado.
Lágrimas soluçadas, que expressavam por pequenos sons tudo aquilo que doía dentro de si, que falavam em murmúrios, que imploravam pelo amor. 
Lágrimas apaixonadas, tão cegas pela paixão que não enxergavam a verdade.
Lágrimas que poderiam ser doces de alegria, mas eram amargas como a sua alma. 
Lágrimas, lágrimas, lágrimas. 
Malditas lágrimas, 
Gloriosas lágrimas, 
Inconfundíveis lágrimas, 
Que entregavam o pequeno coração remendado, que mostravam aquilo que não podia ser falado, que amavam, mas não eram amadas. Que desejavam, mas não eram desejadas. 
Apenas lágrimas, apenas sentimentos externados, apenas desejos impensados, apenas vontades proibidas, apenas pensamentos arrasados, apenas um coração quebrado.

Thyaly Diniz


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