Esses dias, me
peguei pensando em um amor do passado, daqueles bem fortes, cheio de
reviravoltas e emoções ardentes. Era aquele tipo de amor que você julga incapaz
de viver, e chega a acreditar que ele só existe nos filmes de romance mais
bonitos. Quando você menos percebe, vai chegando devagarzinho, como quem não
quer nada. No começo, nada parece ter mudado, vem calmo, como uma leve brisa,
bagunçando seus cabelos, agitando a sua roupa ao seu redor. Você se sente leve,
como a mais bela pluma caindo ao vento. Quando você menos percebe, é tão fácil
quanto respirar, tão simples quanto voar...
Porém, as
pessoas são confusas e complicadas, e sem perceberem, começam a se magoarem na
mesma simplicidade que amaram. O vento se torna ruidoso e incômodo, não te
deixando sequer ver um palmo a frente. O ar parece engasgar nos seus pulmões,
deixando seu peito pesado, como um choro contido. Tudo se transforma na mesma
rapidez que surgiu, e quando você menos percebe, só se quer ver livre daquilo.
É difícil
amar tão intensamente alguém.
Você começa a
ver erros onde não tem, e que talvez, uma estrela no céu seja só mais uma
estrela no céu, e não a estrela mais brilhante de todo o universo...
Nada parece
ser o bastante e você só quer melhorar e melhorar... Mas, melhorar o quê e pra
quê?
Depois dessa
fase, você pensa que não vai sobreviver ou que sequer amará novamente. Os
delírios dos poetas começam a fazer sentido e as músicas mais melancólicas
parecem escrever o seu destino.
O grito rasga
o peito e você acha que o mundo vai parar de girar, pois dói tanto... Afinal...
O amado já tinha outra amada.
Porém o tempo
passa. O maravilhoso e glorioso tempo. O tempo que passa por entre seus dedos,
bagunçando seus cabelos, entrando em seus pulmões e amadurecendo seu cérebro.
Quando você menos percebe, os dias vão se passando, a dor vai aliviando, e você
vai se transformando. Você começa a perceber que não existe erros, mas apenas
características únicas que te fazem ser quem são. Você percebe
que cada curva te deixa ainda melhor, que cada marca alimenta ainda mais um
sorriso, o sorriso que realmente importa, o seu.
Você percebe
que não precisa de ninguém para ser feliz, e que aquela baboseira de "se
sentir completo(a)" não passa de histórias patéticas de romance, pois no
fundo, você é completo(a) por si só. Você se basta, com suas características e
defeitos. Você percebe que o mundo continua girando, que o vento ainda é leve,
e que, olha que surpresa!, você continuou vivendo, e vivendo maravilhosamente
bem.
Esses tipos
de amores intensos que de alguma forma dão errado, machucam, mas, está tudo
bem, vai passar, sempre passa. As lembranças ficam, uma saudade também, mas,
quando você menos espera, se pega lembrando com um sorriso e vivendo novamente,
achando tantos outros amores que te acrescentam, mas não que te completam,
porque, bem, você por si só, já vale a pena. Então, antes de amar alguém,
ame-se primeiro. Eu aprendi isso, de uma forma complicadamente harmoniosa, mas
que, com o passar dos dias, percebi que fazia todo o sentido.
Afinal, você
estará amando a pessoa mais importante na sua vida, que é você, o protagonista
da sua história.
Thyaly Diniz



2 Comments
Amei. Super verdade ❤
ResponderExcluirOwnn <3 Obrigada pelo carinho <3
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