Hey, vem cá! Senta aqui, vamos conversar? Aceita uma água, um café ou um chá?
Hoje nós vamos falar sobre fim, seja ele qual for. De ciclos, de relacionamentos, de amizades.
Pega sua bebida e vem comigo!
Você já parou para pensar como nunca é fácil o processo de colocar um fim? Sempre é algo que passa sobre várias emoções até exaurir as forças.
O cansaço, quando vem, atropela como um caminhão. Não vem de forma leve, também nunca é de uma hora para outra.
As vezes, nós achamos que términos são repentinos e bruscos, mas as coisas começam a terminar aos poucos sem que a gente perceba, ou sem que queira acreditar que acabou, até que realmente acaba.
Isso vale para tudo.
Acho que cansaço é uma das piores e últimas sensações.
Quando vem a tristeza, você acaba desabafando algo que está quebrado por dentro. Quando vem a raiva, existe aquela revolta como um furacão dentro do peito.
Mas pouco se fala do cansaço.
O cansaço é uma das piores e últimas fases de términos.
Quando tem qualquer dos outros sentimentos, ainda há a vontade de tentar algo e o desejo de mudar, dar chances e afins.
Mas o cansaço?
O cansaço vem com a aceitação de que as coisas são como são e de que não irão mudar, independente do que você faça.
Com o cansaço, vem a indiferença.
Você só se cansa de tentar, porque sabe que vai dar de cara com um muro erguido, ou dar um murro em ponta de faca. Não importa o caminho, você sabe que vai se machucar em qualquer um deles, porque já vem se machucando durante todo esse tempo.
Com o cansaço, você acaba tendo duas alternativas: continuar nessa exaustão até exaurir todas as forças, ou só colocar aquele ponto final que ninguém parece ter coragem de botar.
As vezes o cansaço não vem apenas com a indiferença, mas também se acompanha do desprezo e aversão.
É como se você agora conseguisse enxergar todas as coisas que não conseguia antes e que parecem tão óbvias.
Por isso que digo e repito: finais nunca são bruscos ou repentinos, eles estão na nossa cara.
A diferença é que a gente só escolhe não ver, porque sabe que vai doer encarar a realidade.
Sendo que chega um ponto que não tem alternativa e a gente precisa seguir em frente e tomar nosso rumo, assim como o nosso caminho.
Dói, o processo de cura dói.
Mas o tempo ajuda a cicatrizar, por mais clichê que isso soe.
Espero que você não chegue ao ponto do cansaço. Espero mesmo que antes de chegar no ponto do cansaço, você saiba por um ponto final.
Digo isso como alguém que gostaria de ser mais assim, pois eu não estaria tão cansada de relações fadadas ao fracasso por falta do mínimo de reciprocidade, e que só percebi tarde quando vi que estava me doando demais sem receber nada em troca, como uma pista de mão única.
E a culpa é minha por me colocar nesse tipo de situação em que aceitei menos do que merecia.
A gente precisa se cercar de quem nos queira na mesma intensidade. De quem atravessaria o mundo para nos ver, de quem queira estar por perto, mesmo estando longe.
Porque assim como a euforia arrebata, o cansaço também. A diferença é que a euforia deixa a boa sensação, e o cansaço só deixa esse vazio e eco de algo que já foi e não é mais.
Thyaly Diniz



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