Quem conta um conto, aumenta um ponto.
Hey, vem cá! Senta aqui, vamos conversar?
Aceita uma água, um café ou um chá?
Não, você não leu errado. Eu tenho tanta história engraçada da vida que resolvi trazer algumas delas nesse novo quadro, que se chama "quem conta um conto, aumenta um ponto".
Então pega a sua bebida e vem ver a vergonha que eu passei, porque eu sou dessas: se não for pra passar vergonha, nem de casa eu saio.
Seguinte, no começo do curso de Direito a gente paga uma cadeira no segundo período que se chama Direito das Obrigações, que já é um desafio para sua 5ª série interior (tem um lance de direito de dar, de fazer e de não fazer que rende algumas risadas quando você tem uns 18 anos e tá no começo do curso).
E aí que você já pode imaginar, a pessoa caloura só se lasca e os veteranos sabem disso e ainda botam pilha, acho que é nossa prenda de começo de curso.
Eu tinha encontrado uns veteranos na época na Xerox e eles estavam falando sobre como a prova dessa professora era difícil. Eu já num tinha mais bunda na semana de provas, não tinha estudado direito, o semestre anterior eu faltei quase um mês de aula para fazer a divulgação de Codinome Pandora e ainda tinha ido na final de Direito Civil da cadeira anterior (em Direito Civil é muito importante fazer bons semestres pois uma cadeira depende da outra). Meu c* não passava nem wifi naquela semana, que eu ainda tinha uma outra professora super difícil em Direito Penal 2.
Pois eu que bem princesa, só que não, no dia da prova já acordei atrasada. Não tinha dormido nada com ansiedade, quase perdi o ônibus e ainda o motorista deu uma freada que meus livros caíram no chão e num teve uma alma boa para aparecer e me ajudar a catar. A humilhação naquele dia já começou comigo de quatro nas escadas do ônibus catando os papéis que eu tinha feito para revisar a prova e os trabalhos que somariam junto com a prova.
Eu corri feito uma desgraçada, porque eu vivia chegando atrasada no primeiro tempo (pelo amor de Deus, minha gente, começava de 7:30 da manhã, ninguém tá funcionando direito de 7:30) e lembro que eu cheguei bem em cima da hora da prova.
Quando entrei na sala, todo mundo já tava sentado e a prof mandando o povo colocar as bolsas na frente e deixar apenas caneta em cima da banca.
Fiz o procedimento revisando mentalmente se tinha desligado celular e peguei minha prova tremendo igual vara verde em dia de ventania.
Do nada, eu comecei a ver a professora circulando entre as cadeiras, e eu jurei que era para assinar a ata, mas depois vi que ela tava com uns olhos de águia para quem estava filando.
Eu olhando a 1 questão, nervosa do jeito que tava, achei logo que não sabia. Quase errei meu próprio nome (não que isso seja difícil de acontecer poquer né, venhamos e convenhamos). Pois a bonita parou do meu lado e ficou.
E aí vem aquele momento que todo estudante já passou: você pode num tá fazendo NADA, mas você vai criar uma paranoia que tá fazendo qualquer coisa errada.
Ela ficou parada do meu lado, eu assinei a ata e continuei fazendo a prova. Ela olhou para a prova e eu sorri com cara de bunda porque já achei que tinha errado as duas primeiras questões, já que ela não parava de olhar. Aí, em um momento, ela apontou para a prova e eu achei que fosse ter um piripaque quando vi que minha letra estava horrível de tanto que eu tremia e achei que ela estava apontando isso. (afinal, ela era quem iria corrigir e ter que traduzir meu garrancho)
No auge daquele nervosismo, só o barulho do ar condicionado e o povo todo calado fazendo prova, ela esticou a mão em minha direção.
Ali minha mente deu um branco total, nem católica eu sou, mas comecei a rezar para todos os santos que conhecia e não pensei em mais nada.
Olhei a mão dela e fiz o que qualquer pessoa faria:
Troquei um high five.
SIM, EU SEI, QUALQUER PESSOA NORMAL TERIA ENTREGADO A FOLHA DE ASSINARURA, OU ATÉ MESMO A PROVA, MAS EU TAVA NERVOSA, E BATI UM HIGH FIVE.
Ela riu TANTO e foi tão imediato que todos os outros alunos olharam para a gente e ela fez "Thyaly, eu quero os trabalhos que passei para somar com a prova".
Eu roxa de vergonha sem nem ter onde enfiar a cara, peguei os trabalhos com o resto de dignidade que possuía e coloquei na mão dela.
Essa história me faz rir até hoje, fiz amizade com essa professora e a gente de vez em quando conversa pelo insta (fazíamos presencialmente nos corredores da universidade).
Minha nota na prova? Tirei 10 kkkkkkkk, eu sempre fico nervosa, depois que aconteceu isso, eu consegui rir e relaxar e fazer a prova tranquilamente.
Moral da história: não fique tão nervoso em provas kkkkkkk, você provavelmente sabe o assunto.
Gostaram desse novo quadro? Não deixem de comentar.
Um xêro,
Thyaly



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