Hey, vem cá! Senta aqui, vamos conversar? Aceita uma água, um café ou um chá?
Hoje eu vim conversar sobre sonhos e ansiedade, uma mistura que não dá muito certo.
Pega sua bebida e vem comigo!
Eu não sei se é um mal da minha geração, ou se isso é mal da idade da casas dos 20, mas vocês já sentiram ou se sentem como se tivesse que dar um passo maior do que a própria perna?
É uma sensação meio amarga, que começa na boca do estômago e afeta a alma, num desespero desenfreado para continuar correndo, mesmo quando seu próprio corpo não aguenta mais e só quer parar um pouco para descansar.
Cresci em um cenário bem competitivo, o que só piorou quando entrei em Direito, uma área muito, mas muito competitiva e que me rendeu algumas sessões de terapia.
É muito ruim correr atrás dos seus sonhos enquanto seus olhos teimam em olhar para o lado e se comparar de forma irracional com outras pessoas.
Uma coisa que aprendi com o tempo é que todos possuem pontos de partidas diferentes e meritocracia é conto de burguês para enganar gente pobre, dizendo que todos podem cruzar a faixa de chegada se ralar bastante.
Óbvio que não! Todos possuem privilégios diferentes que vão te dar algumas vantagens na corrida. Mesmo tendo consciência que tenho alguns privilégios, sempre tive que ralar três vezes mais para alcançar quem estava lá na frente, e isso é tão exaustivo.
As vezes eu me pergunto: por que preciso me desgastar tanto? Por que preciso trabalhar muito mais para conseguir o mesmo que fulano ou ciclano alcançou?
Depois que eu entendi isso e como o mundo funciona, as coisas ficaram mais fáceis de lidar, principalmente a ansiedade.
Todos os dias eu tento conversar comigo mesma de que nem tudo está sob meu controle e que, muitas vezes, há coisas que não são culpa minha e tá tudo bem.
Seguir sonhos em um mundo em que dinheiro vale mais do que ser feliz não é fácil, mas acho que esse é um risco que precisamos correr se quisermos realizá-los.
Claro que nem tudo são flores e o mundo sempre será um equilíbrio de luzes e sombras, não apenas dentro da gente, mas ao redor também.
Passei tanto tempo olhando para os lados, me comparando de forma incomparável, que quando percebi que deveria olhar para frente, foi como se um universo inteiro se revelasse diante dos meus olhos.
Então decidi concentrar na minha própria caminhada, com aquilo que eu possuo, com a história que carrego, com quem eu sou, eu e eu, numa autorreflexão de que apenas eu sou minha maior amiga e pior inimiga, e que eu deveria me tratar com maior amor.
Quando percebi que me comparar não me faria bem, que sou diferente dos outros ao meu redor, assim como as outras pessoas também são diferentes e a repentina epifania que somos 7 bilhões de pessoas com histórias próprias, percebi que apenas eu posso dizer qual é o meu caminho e em que tempo eu irei percorrê-lo e que nada irá mudar isso, pois essa é a minha história e eu sou a protagonista principal.
Espero que essa conversa possa ter te confortado um pouco. Essa é a sua história, só sua. Seja gentil consigo e não se compare com as outras pessoas, pois somos todos diferentes e isso não é justo, nem com você e nem com a outra pessoa.
Aliás, tá tudo bem seguir o seu próprio caminho e o seu tempo. Se é teu sonho e te faz feliz, por que não correr atrás dele? A vida já é complicada demais para a gente perder tempo com aquilo que só nos entristece.
Não é fácil, não vou dizer que será. Mas é o teu caminho, com flores e pedras, aquilo que te fará feliz.
Faz o que te faz feliz.
Um xêro,
Thyaly



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