Detesto essa sensação de que estou fazendo tudo errado. É péssima porque não é um parâmetro meu. Então paro e me pergunto: estou fazendo isso por mim?
A vida adulta é exaustiva, mas existe certo prazer em estar ocupada. Talvez sejam esses os momentos em que eu não fique com a minha própria mente para me atordoar.
Faz tempo que tenho receio de postar meus textos. Logo eu que sempre amei me derramar sobre as palavras, ultimamente não tenho conseguido usá-las para me expressar.
O que soa irônico já que estou escrevendo isso.
Passei tanto tempo tentando satisfazer os outros, que agora parei para olhar para dentro e buscar me entender.
Quem fui e quem eu quero ser?
A verdade, é que estou tentando descobrir quem sou.
Minha eu mais jovem, que cresceu dentro dos romances, se deparou com essa minha eu atual e madura, que entendeu que as borboletas no estômago fazem mal e que o amor tem mais a ver com paz do que o frio na barriga trazido pelo caos.
São tantos textos arquivados... são tantos livros incompletos... são tantas poesias não publicadas...
Achei que eu estava pronta para Desabafos, mas a realidade é que só o livro está pronto, menos eu.
Tenho percebido que a vida é mais simples do que eu costumava achar que seria e talvez o encanto de viver esteja nessa simplicidade.
Não tenho mais vontade de viver online, o offline me dá paz depois de tanto tempo em agonia.
Se eu pudesse, teria uma chácara que serviria de meu refúgio, onde eu só pudesse escutar o som do silêncio para acalmar meus pensamentos.
É tão estranho ser uma pessoa adulta. Talvez eu nunca me acostume com isso, porque todas as vezes que me olho no espelho, ainda me sinto uma menina.
Uma menina com grandes responsabilidades.
Talvez todos nós sejamos crianças que cresceram demais, mas que continuam ali, tentando viver e sobreviver nesse mundo louco.
E isso me faz refletir outra vez que crescer é buscar por paz e acho que é por isso que cultivamos nossa solitude com o passar dos anos.
Eu achava que crescer era deixar para traz tudo o que eu gostava de fazer, porque seria coisa de criança. Passei anos sem fazer coisas que eu realmente gostava por medo do que poderiam pensar.
Então me peguei jogando videogame novamente, assim como lendo um romance juvenil e clichê. Comi um chocolate antes do almoço e assisti desenhos, porque, bem, eu sempre gostei de animação...
As vezes, continuo sentindo que estou fazendo tudo errado, mas na maioria das vezes, me pego pensando o que poderia ser considerado certo se o único parâmetro que preciso me basear é o meu.
Viver é estranho, mas não é ruim.
A vida é mais simples do que eu imaginava que fosse.
Um xêro,
Thya (que mudou e sempre vai mudar)



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