Uma vez me disseram que coragem era a ausência de medo, porém, da forma mais clichê, acho que coragem é estar com medo e enfrentar mesmo assim.
E estou com medo de escrever esse texto pois sei como ele começou, mas não sei até onde ele me levará. Tenho medo de confrontar meus próprios sentimentos e tudo o que aconteceu nos últimos tempos até aqui.
Porém, eu sempre fui corajosa, então é por isso que eu escrevo.
Requer coragem para escrever sua alma em palavras enquanto seu coração sangra com tantas lembranças.
É redundante dizer que mudei, acho que em todos os meus textos eu sempre falo o quanto estou mudando e que não sou a mesma.
Escrevi tanto nos últimos meses, mas faltou a coragem para postar cada um desses textos, pois ainda tenho medo daqueles sentimentos que me domaram.
Tive algumas despedidas doloridas, mas que foram necessárias. Algumas foram contra a minha vontade, outras fui eu que tomei a decisão.
Nossos caminhos são feitos mesmo de despedidas.
Assim como de reencontros.
Tomar decisões não é algo fácil, normalmente alguém sai machucado no fim. No meu caso, foi meu último suspiro de desespero de alguém que não aguentava mais sofrer com a distância de um muro erguido.
Aprendi que não é possível quebrar muros quando quem os ergue não sente vontade alguma de construir uma ponte.
Aprendi, de forma dolorosa, que caminhos se desencontram.
Aprendi também que amores muitas vezes terminam de forma brusca, mas são eternos enquanto duraram.
Aprendi que a saudade é uma companheira constante e que pessoas são traduzidas em cheiros e sons quando vão embora.
E, bem, isso vai doer bastante quando você estiver distraído.
Aprendi que cada pessoa possui seu próprio caminho e que, por mais que nosso coração chore para que elas fiquem conosco, as vezes tudo o que nos resta é abrir as mãos e deixá-las irem.
Aprendi que deixar quem amamos ir é uma das formas mais profundas de coragem e eu demorei para escrever isso, porque eu ainda tenho medo que ele nunca volte.
Aprendi que tá tudo bem chorar, mas que não podemos nos prender àquilo que não nos deixa bem.
Aprendi que o amor é calmo, leve e suave e que jamais deve ser uma montanha russa de insegurança.
Aprendi que a gente mantém quem nos faz bem por perto, não quem nos suga.
Aprendi que mesmo que amemos muito alguém, se essa pessoa só nos entrega migalhas, não podemos nos demorar.
Aprendi que dói bastante estar perto, mas não perto o bastante.
Aprendi que encontros com pessoas certas podem acontecer na hora errada.
Aprendi que nem sempre os grandes amores foram feitos para durar, na maioria das vezes eles só acontecem para nos ensinarem como devemos sermos tratados.
Aprendi que amizades terminam, assim como recomeçam.
Aprendi que muitas vezes é melhor ter paz do que ter razão.
Aprendi que a força se encontra em nós, mesmo quando já derrubamos mais lágrimas do que seríamos capaz de contar.
Aprendi que sou mais forte do que jamais imaginei e que nunca estive sozinha.
Aprendi que sou muito amada e, de forma mais incrível ainda, aprendi que mereço esse amor.
Aprendi que errei e vou continuar errando, mas que o que importa é que eu sempre estarei tentando acertar.
Aprendi que vivo, e que só por estar viva, tudo em mim me faz amar.
Aprendi que o amor é a força mais poderosa do universo e que todos possuem seus próprios tempos.
Aprendi... eu aprendi. E continuo aprendendo.
Aprendi que coragem não é só ir com medo, é ter fé de que mesmo com medo, vai ficar tudo bem.
Aprendi que sou feita de amor e resiliência.
Eu aprendi.
Thyaly Diniz